Tenho a mudança solta
e menos força.
Braços abertos não agarram nada.
entre nós e as palavras, o nosso dever falar (cesariny)
Tenho a mudança solta
e menos força.
Braços abertos não agarram nada.
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Não é ainda a pele, apenas
um rumor na lã das camisolas, um recado
a lembrar tardes no feno, linho lavado, o sol
mordendo um rio pela manhã -
assim a distância entre a minha mão e o pessegueiro.
Na estrada
as flores demoram-se até às laranjas,
mas o aroma do pomar faz sede e os olhos cegam
na promessa de gomos novos e doces, os mais doces. Talvez
por isso se continue a vida sem olhar para trás.
Maria do Rosário Pedreira
Imagem: Joanna Galuszka
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