18.8.07

Ritmos



E descascar ervilhas ao ritmo de um verso:
a prosódia da mão, a ervilha dançando
em redondilha.
Misturar ritmos em teia apertada: um vira
bem marcado pelo jazz, pas
de deux: eu, ervilha e mais ninguém

De vez em quando o salto: disco sound
o vazio pós-moderno e sem sentido
Ah! hedónica ervilha tão sozinha
debaixo do fogão!

As irmãs recuperadas ainda em anos 20
o prazer da partilha: cebola, azeite
blues desconcertantes, metamorfose em
refogados rítmicos

(Debaixo do fogão
só o silêncio frio)

Ana Luísa Amaral

Imagem: Luincale

3 comentários:

V. disse...

Ah, assim até me apetece cozinhar, caramba! :D

Andreia disse...

gosto do poema, gosto de ervilhas e gosto do vestido da foto (:

menina tóxica disse...

vanessa: um quilo de ervilhas estufadas eheh

andreia: :)))*