9.1.08



Agora compreendia por que, de vez em quando, se encontrava na estrada uma rapariga estrangulada num automóvel ou dentro de um quarto ou no fundo de uma ruela. Teriam eles também desejos de se deitarem sobre a erva, andar de acordo com os sapos, ser donos de um pedaço de terra do tamanho de uma mulher, e dormir, realmente, sem medo? No entanto, o país era grande, havia espaço para todos. Havia mulheres, havia terra, havia dinheiro. Mas ninguém tinha que lhe chegasse, ninguém por mais rico que estivesse se detinha, e o campo, os vinhedos também, pareciam jardins públicos, canteiros fingidos como os da estação, ou então estava sem cultivar, terras queimadas, montanhas de ferro velho.

A lua e as fogueiras, Cesare Pavese
Imagem: larafairie

3 comentários:

Anónimo disse...

será que se compreendia!? até que ponto pode ir a compreensão dos que nos rodeia?b ou será um basta, um simples aceitar a realidade como ela é, sem o esforço, o trabalho ou a dor de a mudar???

menina tóxica disse...

a.g. :) bjinho*

basta o quê?
(não percebi)

Anónimo disse...
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