Dietéticas
Todos os dias alimento uma paz pequena:
não é dar-lhe asas de voar,
mas comida verdadeira
Poucos sabem das suas preferências:
às vezes um pouco disto,
outras um pouco daquilo,
e a minha paz pequena vai crescendo
e engordando
Alimentando-a do que realmente gosta,
de quando em quando receio dispepsia,
que fique obesa e larga:
e urgentes as dietas
Para já, a proporção peso-largura
está correcta, mas temo pelo resto:
uma ruptura súbita, ou fome
desmedida que a conduza sozinha
a procurar comida,
tornando-a viciada e vulnerável
Muito gorda, sem eficácia nenhuma,
prevejo-a, anti-bulímia,
mas em bruma,
tão sartreanamente
irrecuperável
Ana Luísa Amaral
Imagem: RedFraction
17.3.08
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4 comentários:
e às x's há tanta falta de alimento...que ficamos vazios...*
Troco um saco de pepitas de chocolate preto pelo link deste cover fantástico dos olhos de tigre! Sim? Sim? Sim? Um saco grande, digo...
gostei do uso que fizeste da poesia da ana luísa amaral. resultou muito bem.
confesso que não sou fã do estilo dela mas gostei de a ler neste contexto ;-)
andreia, a anti-bulimía, não é?*
capa rota, vou investigar e já te digo (já não me lembro onde estava :O!
mas essas pepitas, hummm ;)*
ana c., eu gosto muito da poesia dela.
ainda bem que gostaste ;)
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