25.6.08



A arte já sabemos nasce
da imperfeição das coisas
que trazemos para casa
com o pó da rua
quando a tarde finda
e não temos água quente
para lavar a cabeça.
Tentamos regular
com açudes de orações
o curso da tristeza
mudamos de cadeira
e levamos a noite
a dizer oxalá
como se a palavra
praticasse anestesia.

José Miguel Silva

Imagem: cryptorchid

2 comentários:

Queen Frog disse...

gosto mto deste poema, poeta!
já o postei lá no meu grito claro!

beijinhos

menina tóxica disse...

:))) tenho de ir lá ver, não me lembro.

bjinho*