27.11.08
25.11.08
(...)
o berço da SOLUÇÃO FINAL
baloiça morto
e fica parado
quem diz
que o tempo dos sonhos acabou?
O que é
que já aconteceu?
Pia Tafdrup
Imagem: Noah Kalina
posted by menina tóxica at 22:00 2 comments
19.11.08
every body attracts every other body
with a force that is proportional to the mass of each body
Dear Stephen Hawking, Elizabeth Darling (aqui)
posted by menina tóxica at 01:48 3 comments
É mais fácil partir quando o silêncio
transpõe a tua voz.
Mais simples celebrar a tão efémera
certeza de estares vivo.
A música do ar esvai-se nas sombras,
tu sabes que é assim,
que os dias correm céleres, não tentes
perseguir o seu rasto - repara
como em abril as aves são tão felizes.
Sê como elas: não perguntes nada,
deixa que o sol responda à flor da tarde
e esquece-te do mundo.
Fernando Pinto do Amaral
Imagem: gnce
posted by menina tóxica at 01:30 2 comments
18.11.08
posted by menina tóxica at 00:04 3 comments
17.11.08
Once upon a time there was a fart
Lisa Swerling e Ralph Lazar (história aqui)
posted by menina tóxica at 23:56 8 comments
13.11.08
À noite vou por aí,
ociosamente.
Percorro um ritual lilás
feito de violetas de pedra
e traço cada pausa
no retorno da lua inicial.
Aqui a memória é lenta
como as angústias.
Muitas vezes vejo árvores
com frutos azuis,
ou animais em nudez perfeita
respirando o vento.
A escuridão é o subterfúgio
inesperado do coração
quando o olhar aquece
e o orvalho é de cetim.
Há máscaras de búzios e limos
na cara de quem passa.
Nas suas vozes ouço o itinerário
das manhãs siderais
e nasce nos meus passos
o rumo da via láctea.
Ninguém me conhece.
Venho do arco-íris
e trago nos dedos
o ângulo transparente da noite.
Graça Pires
Imagem: Noah Kalina
posted by menina tóxica at 02:11 2 comments
8.11.08
Uma janela é suficiente
Uma janela para contemplar
Uma janela para escutar
Uma janela
parecida com o anel de um poço
a alcançar a terra na finitude do seu coração
abrindo para a vastidão desta bondade azul e repetitiva
uma janela limando as pequenas mãos da solidão
com a benevolência nocturna
do perfume de estrelas prodigiosas
janela de onde
é possível convocar o sol
para a alienação dos gerânios.
Uma janela ser-me-á suficiente.
Eu venho da terra das bonecas
de debaixo das sombras das árvores de papel
no jardim de um livro de desenhos
das estações secas das experiências incapazes na amizade e no amor
nas ruas sujas da inocência
dos anos das letras pálidas, crescendo, do alfabeto
atrás das mesas da escola tuberculosa
do minuto em que as crianças eram capazes de escrever pedra
no quadro
e os estorninhos eufóricos voavam abandonando
a velha árvore.
Eu venho do meio das raízes das plantas carnívoras
e o meu cérebro está ainda inundado
pelo guincho aterrorizado de uma borboleta
crucificada por alfinetes
num caderno.
Quando a minha confiança estava presa pelo frágil fio da justiça
e na cidade inteira
os corações das minhas lanternas eram feitos em bocados
quando os olhos infantis do meu amor
estavam a ser vendados com o lenço negro da Lei
e dos meus ansiosos templos do desejo
jorravam fontes de sangue
quando a minha vida se tornara nada
nada
senão o tique-taque de um relógio,
eu descobri
que tenho
tenho
tenho de amar,
loucamente.
Uma janela ser-me-á suficiente
uma janela para o momento da consciência
da observância
e do silêncio.
agora,
a pequena nogueira
cresceu tanto que é já capaz de explicar
o significado do muro
às suas jovens folhas.
Pergunta ao espelho
o nome do redentor.
Não estará a terra fremente debaixo dos teus pés mais só que tu?
Os profetas trouxeram a missão da destruição para o nosso século
não serão estas consecutivas explosões
e nuvens venenosas
a reverberação dos versículos sagrados?
Tu,
camarada,
irmão,
confidente,
quando chegares à lua
escreve a história dos massacres das flores.
Os sonhos precipitam-se sempre da sua altura ingénua
e morrem.
Cheiro o trevo de quatro folhas
que cresceu sobre o túmulo dos significados arcaicos.
Não seria a mulher
enterrada no sudário da expectativa e da inocência
a minha juventude?
Subirei a escadaria da curiosidade
para saudar o bom Deus que se passeia no telhado?
Sinto que o tempo passou
sinto que o momento é a minha parte das páginas da história
sinto que a mesa é uma distância fingida
entre as minhas madeixas
e as mãos deste triste estranho.
Diz-me
Que mais poderá querer de ti aquele que oferece a ternura de um corpo quente
senão a encarnação da sensação de existir?
Fala comigo
eu estou no refúgio da janela
eu tenho uma relação com o Sol.
Forugh Farrokhzad
Imagem: llimilea
posted by menina tóxica at 14:44 6 comments
6.11.08
4.11.08
está para aqui uma polva a chorar como uma desalmada à conta disto
(mas ó deus das polvas, que é isto? assim não há condições)
Amber: I’m tired. I think its time to go to sleep.
Wilson: Stay a little longer.
Amber: We’re always going to want just a little longer.
Wilson: I don’t think I can do it.
Amber: It’s okay.
Wilson: It’s not okay. Why is it okay with you? Why aren’t you angry?
Amber: That’s not the last feeling.
House M.D.
posted by menina tóxica at 21:19 10 comments
3.11.08
halloween atrasado:
they are night zombies!! they are neighbors!! they have come back from the dead!! ahhhh!
They Are Night Zombies!! They Are Neighbors!! They Have Come Back from the Dead!! Ahhhh!, Sufjan Stevens
I know, I know my time has passed
I'm not so young, I'm not so fast
I tremble with the nervous thought
Of having been, at last, forgot
Imagem: oprisco
posted by menina tóxica at 20:29 10 comments
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