7.1.08



A Pantera


No Jardin des Plantes, Paris

Tornou-se tão cansado o seu olhar,
ao romper barras, que retém só nada.
Como se nesse olhar fossem mil barras
e, além de mil barras, nenhum mundo.

Passeia, branda, em passo intenso e leve,
movido em roda do mais curto círculo:
dança de força circulando um centro
onde, aturdida: uma vontade imensa.

Às vezes, a cortina da pupila
rasga-se no silêncio –. Entra então
uma imagem, que, em tensa calma, os membros
atravessa – e cessa em coração.

Rainer Maria Rilke
(tradução de Ana Luísa Amaral)

4 comentários:

nuvem_preta disse...

muito bonito e gostei da escolha da imagem :)

menina tóxica disse...

:)*

lima_fresca disse...

O direito à LIBERDADE é universal... na universalidade de quem estrangula a felicidade dos outros...

menina tóxica disse...

limazinha! ;)**