29.7.08



Habito um corpo - é apenas isso.
As crianças, na rua, preparam
a morte, pisam as folhas
do acaso. Quem as olhará, neste
momento parado na praça das Flores?

Benilde, ao balcão, diz que é uma flor,
talvez a última. Mas as canções,
na rádio, desmentem qualquer sorriso
e banalizam em língua portuguesa
o milagre sem voz do amor.

Não me venham dizer que existo.


Manuel de Freitas
Imagem: minicik

6 comentários:

lebredoarrozal disse...

fantástico:)

h. aires disse...

"Mas as canções,
na rádio, desmentem qualquer
sorriso
e banalizam em língua portuguesa
o milagre sem voz do amor"

:O

( não te esqueças da minha dica sobre a miranda )

:)*

menina tóxica disse...

lebre :))

h. aires, tenho de tratar disso ;)*

Queen Frog disse...

é incrível a poesia deste homem!


*

Ana disse...

O que eu pensei que cá tinha deixado, era algo que se resume a: fantástico!


Gosto mesmo deste poema :)


Coo sempre as exceentes escolhas de uma polvinha ;)

menina tóxica disse...

queen frog, gosto muito :)*

ana, :))*