Sei bem que nunca serei ninguém
Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
Ricardo Reis
Imagem: Folk Fibers Blog
(coisas boas de trocas de poemas)
2 comentários:
Brava! Bello poema :)
Grazie mille Silvia!
Belo Fernando Pessoa :)
Enviar um comentário