17.4.16




Sei bem que nunca serei ninguém




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Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.

Ricardo Reis


(coisas boas de trocas de poemas)





2 comentários:

silvia disse...

Brava! Bello poema :)

menina tóxica disse...

Grazie mille Silvia!
Belo Fernando Pessoa :)