30.6.08
Um coração de sangue
Um coração de xisto e aço
Um coração angular e redondo
Como a pedra que te abre
Do interior do chão
Um coração solar
De granito
De carne
Curado da noite de nascença
Um coração de homem
Um coração de homem vivo
Um coração de criança ao colo
Interior
- Mais interior do que o sangue no coração que me darás -
Peço um coração
Nuclear
Daniel Faria
Imagem: faux-toO-G-raphy
posted by menina tóxica at 12:31 3 comments
29.6.08
27.6.08
I think I'm like Tennessee Williams
I wait for the click
I wait, but it doesn't kick in
City Middle, The National
Imagem: d-anderton
posted by menina tóxica at 18:22 0 comments
não se arranja aí um rio, um mar ou um tanque?
( já agora, chuva? eheheh)
posted by menina tóxica at 18:13 2 comments
coisas mais lindas
i'm not who you think i am
i'm not so good
i'm not so bad
i'm just as i should be
Just as it should be, Diane Cluck
Concerto mais lindo, Mercado Negro mais lindo. Obrigada menina, nem estava nos meus planos em ir ver a Diane ;)
posted by menina tóxica at 13:07 6 comments
26.6.08
posted by menina tóxica at 17:24 4 comments
25.6.08
A arte já sabemos nasce
da imperfeição das coisas
que trazemos para casa
com o pó da rua
quando a tarde finda
e não temos água quente
para lavar a cabeça.
Tentamos regular
com açudes de orações
o curso da tristeza
mudamos de cadeira
e levamos a noite
a dizer oxalá
como se a palavra
praticasse anestesia.
José Miguel Silva
Imagem: cryptorchid
posted by menina tóxica at 23:56 2 comments
What I'm searching for
to tell it straight, I'm trying to build a wall
Walking by myself
down avenues that reek of time to kill
If you see me keep going
be a pass by waver
Build me up, bring me down
just leave me out you name dropper
Stop trying to catch my eye
I see you good you forced faker
Just make it easy
You're my enemy you fast talker
I can say I hope it will be worth what I give up
If I could stand up mean for the things that I believe
What am I here for
I left my home to disappear is all
I'm here for myself
Not to know you
I don't need no one else
Fit in so good the hope is that you cannot see me later
You don't know me
I am an introvert an excavator
I'm duckin' out for now
a face in dodgy elevators
Creep up and suddenly
I found myself
an innovator
Change, change, change,
I want to get up out of my skin
tell you what
if I can shake it
I'm 'a make this
something worth dreaming of
Santogold, Les Artistes
Imagem: *unda
(e é mais ou menos assim que se dança esta coisa mais linda: aqui)
posted by menina tóxica at 16:24 4 comments
23.6.08
modern guilt
coming beck.
Beck, Modern Guilt, L.A. 9 jun 08
Beck, Amazon video
posted by menina tóxica at 20:38 0 comments
O que está escrito no mundo está escrito de lado
a lado do corpo - e tu, pura alucinação da memória,
entra no meu coração como um braço vivo: o dia traz as paisagens de dentro delas, a noite é um grande
buraco selvagem -
(...)
como pelas artérias se cose
o coração
aos pedaços de carne, entre orifícios
negros, ressacas
fulgurantes, o corpo aberto com o centro estancado na terra.
Heberto Helder
Imagem: CouldIBeInsane
posted by menina tóxica at 02:08 2 comments
17.6.08
Debaixo do colchão tenho guardado
o coração mais limpo desta terra
como um peixe lavado pela água
da chuva que me alaga interiormente
Acordo cada dia com um corpo
que não aquele com que me deitei
e nunca sei ao certo se sou hoje
o projecto ou memória do que fui
Abraço os braços fortes mas exactos
que à noite me levaram onde estou
e, bebendo café, leio nas folhas
das árvores do parque o tempo que fará
Depois irei ali além das pontes
vender, comprar, trocar, a vida toda acesa;
mas com cuidado, para não ferir
as minhas mãos astutas de princesa.
António Franco Alexandre
Imagem: floydianwaves
posted by menina tóxica at 22:09 6 comments
16.6.08
a mi em acção
Como é que esta menina se lembra de trepar para cima do pessegueiro, grávida (não, gravidíssima!) e ainda por cima sem cauda (acabadinha de curar)?
posted by menina tóxica at 18:49 4 comments
posted by menina tóxica at 00:22 6 comments
Entre morrente
e garras como flechas,
hesita-se de espanto:
sem saber da razão
do renascer
Que o azul lhe foi todo,
e estrelas: largas,
e um bolso cheio de amor
pela clareira
Agora:
só savana
em estado liso
Reconverter as coisas:
sonhar essas estrelas
em plêiade
de vento
– e recordar
Há feridas tão ferozes,
tão de nuvem rasante
em tempestade,
que a solução:
voraz
Depois disso, o que resta:
montículo de areia
ou fio de pedra
(a fingir-se de luz)
Ana Luísa Amaral
Imagem: yooanna
posted by menina tóxica at 00:04 2 comments
15.6.08
Let this groove, get you to move,
it's alright, alright
let this groove, set in your shoes,
stand up, alright
Rio en Medio, Let's Groove
Imagem: Jon Efe
posted by menina tóxica at 00:49 8 comments
It's all about the ladies
sou uma menina e moça, cachopa e gaija!
obrigada meninas :)
agora tenho de me preparar para a missão de intoxicar todas as cachopas.
até já*
posted by menina tóxica at 00:42 6 comments
11.6.08
Sempre um de nós
foge. Sombria água
trépida e contínua
água em céu diverso
como diversa eu sou
chão sem flor.
Vã palavra, múltipla
palavra, longínqua
semente entre o arco
e a corda. Nada sara
em meu cego corpo
eu que imagem sou,
não alegoria.
Tremor antigo, árvore
sem fruto, nada resiste
nesta cidade sem casa
- só a garça chega em seu
liso voo porque o tempo
nunca é longo.
Ana Marques Gastão
Imagem: ingue
posted by menina tóxica at 23:17 1 comments
she's a sea lion woman
Feist, Sealion
Eu não preciso dizer mais nada.
Está aqui tudo dito :)
Só que adorei a 1ª parte dos Lawrence Arabia.
Imagem: angela linda da luz acesa*
posted by menina tóxica at 22:27 6 comments
10.6.08
9.6.08
O corpo tem abóbadas onde soam os
sentidos, se tocados de leve, ecoando longamente
como memórias de outra vida
em frios desertos ou praias de lama.
O passado não está ainda preparado para nós,
para não falar do futuro; é certo que
temos um corpo, mas é um corpo inerte,
feito mais de coisas como esperança e desejo
do que de carne, sangue, cabelo,
e desabitado de línguas e de astros
e de noites escuras, e nenhuma beleza o tortura
mas a morte, a dor e a certeza de que
não está aqui nem tem para onde ir.
Lemos de mais e escrevemos de mais,
e afastámo-nos de mais – pois o preço era
muito alto para o que podíamos pagar –
da alegria das línguas. Ficaram estreitas
passagens entre frio e calor
e entre certo e errado
por onde entramos como num quarto de pensão
com um nome suposto; e quanto a
tragédia, e mesmo quanto a drama moral,
foi o melhor que conseguimos.
A beleza do corpo amado é
(agora sabemo-lo) lixo orgânico.
O mármore que pudemos foi o das casas de banho
e o dos balcões dos bancos,
e grandes gestos nem nos romances,
quanto mais nos versos! E do amor
melhor é nem falar porque as línguas
tornaram-se objecto de estudo médico
e nenhuma palavra é já suficientemente secreta.
Corpo, corpo, porque me abandonaste?
“Tomai, comei”, pois sim, mas quando
a química não chega para adormecermos,
a que divindades havemos de nos acolher
senão àquelas últimas do passado soterradas
sob tanta chuva ácida e tanta investigação histórica,
tanta psicologia e tanta antropologia?
A memória, sem o corpo, não é ascensão nem recomeço,
e, sem ela, o corpo é incapaz de nudez
e de amor. Agora podemos calar-nos
sem temer o silêncio nem a culpa
porque já não há tais palavras.
Manuel António Pina
Imagem: 1000ships
posted by menina tóxica at 22:09 2 comments
Have you ever thought about what protects our hearts?
Just a cage of rib bones and other various parts.
So it's fairly simple to cut right through the mess,
And to stop the muscle that makes us confess.
And we are so fragile,
And our cracking bones make noise,
And we are just,
Breakable, breakable, breakable girls and boys.
Ingrid Michaelson, Breakable
posted by menina tóxica at 17:14 13 comments
6.6.08
posted by menina tóxica at 00:04 11 comments
3.6.08
Um raio de luz lançou toda a doçura
num sono. Quem o dormiu antes do tempo?
posted by menina tóxica at 19:30 2 comments
posted by menina tóxica at 00:04 0 comments
2.6.08
Doing the the thing as she dreamed it
She was dancing so hard
She danced herself into a diamond
Dancing all by herself
Dancing all by herself
And not minding
Doing the the thing as she dreamed it
Doing the the thing as she dreamed it
Her skin was sky blue
Her skin was sky blue
Under the lights
Diamond dancer, diamond dancer
And the one thing on her mind was
The one thing on her mind was:
It's time I gave the world my light
It's time I gave the world my light
Starting tonight
Diamond dancer, diamond dancer
Bill Callahan, Diamond Dancer
posted by menina tóxica at 09:58 16 comments
Esta noite morri muitas vezes, à espera
de um sonho que viesse de repente
e às escuras dançasse com a minha alma
enquanto fosses tu a conduzir
o seu ritmo assombrado nas trevas do corpo,
toda a espiral das horas que se erguessem
no poço dos sentidos. Quem és tu,
promessa imaginária que me ensina
a decifrar as intenções do vento,
a música da chuva nas janelas
sob o frio de fevereiro? O amor
ofereceu-me o teu rosto absoluto,
projectou os teus olhos no meu céu
e segreda-me agora uma palavra:
o teu nome - essa última fala da última
estrela quase a morrer
pouco a pouco embebida no meu próprio sangue
e o meu sangue à procura do teu coração.
Fernando Pinto do Amaral
Imagem: brambura33
posted by menina tóxica at 01:54 13 comments
1.6.08
Do not play music through your mobile phone loudspeaker.
It doesn´t make you cool. It makes you fucking annoying.
não se pode perder isto.
(eu gostava era de uns avisos assim pelos comboios, autocarros e metros)
posted by menina tóxica at 18:04 4 comments
we fly balloons on this fuel called love
fairweather storms are all in your head
Foals, Balloons (Antidotes, 2008)
Imagem: shiek0r
posted by menina tóxica at 00:31 6 comments
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